MEMORIAL

A história de união de Duílio e Izabel faz parte de uma trajetória que durou mais de 60 anos.
Duílio era o filho mais novo do casal de italianos Roberto Toricelli e Henriqueta Piovesan. Nascido em 1931, em Pinhalzinho SP, concluiu os estudos ao se alistar com 18 anos no Exército Brasileiro, em Lorena SP. Mais tarde, ao retornar à cidade natal, se dedicou a trabalhar no estabelecimento comercial do irmão Luiz, onde encantava os fregueses com suas histórias vividas em outras cidades. O desejo de progredir o tornou caminhoneiro, levando o jovem Duílio a conhecer toda a beleza e diversidade do Brasil.
                                                                                  
Com pouco mais de 20 anos, começou o namoro com Izabel, filha de Salvador Godoi Molina e Dolores Polaina. Casaram-se e tiveram 3 filhos: Vanderlei, Sueli e José (Tão).

O espírito empreendedor de Izabel fez com que ela incentivasse o marido a montar um comércio promissor em Bragança Paulista. Começaram o negócio ainda nos fundos de casa, à rua Dr. Freitas, com a produção de doces. Em julho de 1984 já não davam conta de tantos pedidos, e transferiram suas atividades para um moderno prédio localizado em frente ao velório municipal. A Confeitaria e Panificadora “Tia Izabel” foi por muitos anos o local preferido dos bragantinos, pela qualidade de seus pães e doces, e pela diversidade de opções.
 

Após o falecimento dos filhos Vanderlei, e depois Sueli, Duílio e Izabel entraram numa batalha judicial pelo direito sobre o estabelecimento comercial, mas acabaram perdendo a ação.  E com o avançar da idade e problemas de saúde, descobriram que havia algo muito mais precioso. Algo que nem o tempo ou a discórdia poderiam tirar deles: o voto que os manteve unidos, e o apoio do filho mais novo, sempre presente em cada momento de suas vidas.

Izabel faleceu em 24/12/2016, deixando o esposo e companheiro inseparável mergulhado em profundo pesar. Mas, entre a vida e a morte há tantos mistérios, que até nos fazem refletir. Em 04/02/2017, 42 dias depois, Duílio acaba seguindo o destino da esposa, e volta a se unir a ela em espírito. Sua morte causou comoção e reconhecimento por parte daqueles que os conheciam de verdade. A serenidade e o bom humor do “Tio Duílio” e “Tia Lita” ficarão gravados eternamente em nossas lembranças, fazendo-nos entender que “compartilhar” é muito mais que dar presentes. É entregar o coração, a alma e a própria identidade à pessoa com quem convivemos.